um.

Era dia da Criança e esteve um dia quente. Acordei cansada e prometi a mim mesma que nesse dia ia tentar descansar mais um pouco. À tarde tinha encontro marcado na médica para medir as pequenas contrações. Cheguei contente, estava próximo, já não ía faltar muito e vinha com essa certeza.
As dores começaram muito lentamente, quase um incómodo... mas às 11h00 da noite eu tinha a certeza que algo ia acontecer. Preparámo-nos tão calma e relaxadamente, revimos a mala e metemo-nos no carro.

Recordo a noite quente que estava, íamos de vidros abertos a apeciar uma noite estrelada.. era tarde e quase não havia trânsito. Num misto de calma e ansiedade, conduziamos a 30 porque queríamos mesmo aproveitar aqueles ultimos minutos a 2. Aumentámos o volume, conversámos e apreciámos todo o percurso.

Na maternidade, as contrações aumentavam rapidamente mas mesmo assim a médica dizia que de manha teríamos alta. Mas nós sabíamos que não.

Do tempo de nos instalarmos num bloco provisório até dar entrada no bloco de partos o tempo voou, e quando finalmente, depois da epidoral achei que ía descansar um pouco, entrou a médica que nos ía acompanhar e algumas enfermeiras que foram preparando tudo.
Estávamos calmos, memso calmos e preparados...
Pelo coputador íamos acompanhando a Maria Rita, mas o grande momento foi quando a vímos sair e a sentimos tão fragil e quentinha no nosso colo... fomo-nos apreciando e conhecendo, descobrindo, apertando contra o nosso corpo, sentindo o calor e a meiguice da nossa Maria... numa mistura de emoções tão forte eu só queria memorizar cada segundo, cada pormenor...  tanto amor...

02.06.2011 a nossa Maria Rita

Fiquei horas a olha-la, a mima-la e agradecer a Deus e aos anjinhos que me deram tamanho presente. Não cabia em mim de tanta felicidade e não conseguia perceber como é possível gostar tanto de alguem que tinha acabado de conhecer. Ser a versão feminina da história tem as suas vantagens... ela foi crescendo cá dentro, tivemos conversas intermináveis, cantámos juntas a caminho do trabalho, sentia-a cá dentro, tão minha, tão especial. Durante meses preparei-me e afastei medos, sabia que quando chegasse o momento estaríamos à altura.
Na maternidade recebemos a família que ansiosamente esperava pela pequenita, os amigos que deixaram tudo e voaram para partilhar desta felicidade connosco...
e fiquei horas pela noite dentro a conhece-la, e a tentar perceber a dimensão de tudo...

Hoje, a 02.06.2012 contamos o 1º aniversário, num ano que sentimos o tempo voar, num ano que teve tanto de descoberta como de especial. Não sabemos ser pais, fazemo-lo por instinto acreditando que é o certo. Mas sim... mimamos muito, a parte que não deixamos de lado a cada dia, MIMAR & ABRAÇAR, sentirmo-nos a 3 e por gestos tentar dizer-lhe o quanto é bom te-la connosco...

E apesar da bagunça às vezes instalada cá por casa e no tentar conciliar agendas, é uma benção tão grande sentirmo-nos PAIS de uma miúda que parece ter tanto de nós... e nós que já não nos imaginamos sem ela... coisas de uma natureza mágica que adorámos experimentar.